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Archive for março \26\-03:00 2022

Comunicar com responsabilidade

Rejane Planer

A sociedade tecnológica atual, entre as tantas comodidades que nos proporciona, permite-nos a comunicação ou a troca de ideias com pessoas dos quatro cantos do globo, como se estivéssemos lado a lado. Esta possibilidade de rapidamente saber o que acontece na cidade e no mundo e as mil ofertas desta sociedade tecnológica, influenciaram a forma como as pessoas se comunicam e se expressam.

Anos atrás, líamos as notícias vinculadas nos jornais ou artigos de cunho científico, escritos por profissionais da área. Hoje todos são comunicadores, tem uma opinião sobre tudo, mesmo que tenham somente lido as manchetes sensacionalistas. Nas redes sociais há uma tendência do indivíduo ‘curtir’ uma notícia ou um artigo, e ainda tecer comentários, dar opiniões, crer ou não crer, aceitar ou negar, xingar, agredir, odiar, extravasando suas emoções, sem refletir ou sequer pensar. As redes sociais são atualmente os maiores veículos de comunicação, formadores de opinião, onde alguns tornam-se heróis mundiais em poucas horas e outros são crucificados em minutos. Elas abriram um leque de possibilidades e o ser humano deslumbrou-se consigo mesmo, feito Narciso, enamorou-se de suas palavras.

Atónitos, vamos percebendo a imaturidade espiritual da humanidade terrestre ainda na sua maioria vivendo em níveis de consciência primários.

A globalização que proporcionou grandes comodidades e oportunidades de desenvolvimento, aliada a competitividade, oriunda do instinto de sobrevivência, exacerba o ego e leva o indivíduo fraco e imaturo a tomar atitudes egoísticas em busca do prazer, ter opiniões duras a respeito do outro, enquanto condescende consigo mesmo. Joanna de Ângelis, na obra Momentos de Saúde e Consciência[1], diz que:

“A volúpia do prazer domina as massas, e as criaturas ansiosas tumultuam-se e agridem-se, precipitando-se inermes nos gozos exaustivos sem que saciem os desejos. A onda de vulgaridade avoluma-se e ameaça levar de roldão as construções enobrecedoras da sociedade.”

Neste mundo global, urge que tomemos consciência da interação constante entre nós, seres humanos e com o meio ambiente em que vivemos. Manoel Philomeno de Miranda afirma na introdução do livro Perturbações Espirituais[2]que:

“Vivemos num universo constituído de energia que se expressa em ondas, vibrações, mentes e ideias, condensando-se em matéria e voltando ao estágio inicial incessantemente”.

A ciência atual corrobora esta visão Espírita da vida, em suas duas principais vertentes: a teoria da relatividade e a mecânica quântica. O genial Einstein[3] propôs na teoria da relatividade que a velocidade da luz é o limite de desagregação da matéria, ou seja, matéria é energia. Já a mecânica quântica confirma a dualidade matéria-energia ou partícula-onda e ainda afirma que o observador influi sobre o resultado do experimento realizado.

Somos energia pensante, como ensinam os Espíritos da codificação – o Espírito é centelha divina, princípio inteligente do Universo. Nossos pensamentos, palavras e atos refletem naqueles que nos cercam, no ambiente em que vivemos e atuamos. Criamos alegria e paz ou potenciamos desastres e desarmonias, que se refletem em nós mesmos e naqueles que convivemos, que sentem as vibrações do nosso pensamento, ouvem nossas palavras, ou sofrem as consequências das ações que praticamos.

No entanto, imerso em si mesmo e nas heranças ancestrais do instinto, levado a crer por milénios que é o centro do universo e o ápice da vida, o indivíduo não entende e sequer percebe que vive neste universo de energias, onde influencia e é influenciado.

Desconhecendo a si mesmo, não entende que existem forças instintivas que lhe impelem a reagir, a buscar o prazer pessoal a todo custo.

Educar o ser espiritual é educar-se. Educar é tomar consciência destas forças que direcionam o ser e são parte da realidade pessoal de cada um, é assumindo a responsabilidade por si mesmo. Educar é também descobrir seu potencial interior, para melhor empregá-lo em atividades construtivas na sociedade; identificar suas fraquezas, para que possa discipliná-las e aos poucos erradicá-las. Educar ou educar-se é tomar consciência de si mesmo, de seu potencial criador, assumindo responsabilidade por si e por seus atos.

Ao olhar o mundo com a visão do Espírito, que se sabe imortal, coatuante e cocriador no mundo em que vive, ciente de sua responsabilidade frente às consequências de suas ações, fica mais fácil entender que é escolha pessoal incentivar desavenças pessoais ou guerras ou contribuir para a ordem social e a paz.  Entender a extensão dos postulados Espíritas é progredir em direção a felicidade.

Comunicar é essencial ao ser gregário. Aprender a se comunicar com responsabilidade é tornar-se mais lúcido, prudente, apto a enfrentar os problemas e desafios da vida buscando soluções equânimes, sem erguer mais barreiras, mas pontes que facilitem o progresso.

Fonte: https://www.allankardec.at/post/comunicar-com-responsabilidade.


[1] Franco, Divaldo P., pelo Espírito Joanna de Ângelis. Momentos de Saúde e Consciência. Salvador: LEAL, 2014. (Série Psicológica Especial v. 4.) Momentos de Consciência, p. 94.

[2] Franco, Divaldo P., pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Perturbações Espirituais. Salvador: LEAL, 2015. Introdução, p. 7.

[3] Albert Einstein (1879-1955), físico teórico alemão, prêmio Nobel da Física de 1921.

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Estamos bem, estamos vivos!

Nelson Travnik

Nada mais reconfortante para os familiares receber uma notícia dessa após a ocorrência de algum acidente envolvendo sua família. Quando, porém, ela chega com notícia de falecimento, sobrevém uma dor, um sofrimento que o tempo não apaga. É algo que acontece todos os dias e que dificilmente as pessoas estão preparadas para essa situação. Nas mais diferentes culturas e crenças a pergunta é:  porque isso aconteceu, por que isso acontece? Para a maioria das religiões a resposta fica para ‘Deus quis assim’, ‘foi a vontade de Deus’ e que o destino final é a alma ir estacionária para o céu, para um estado intermediário ou para o inferno. Concebendo um Deus justo, misericordioso e magnânimo, esse pensamento não se sustenta a luz da razão e do raciocínio. Séculos e milênios se escoaram na ampulheta do tempo, mas muitas religiões ficaram viúvas da razão e a ciência foi escravizada pelo poder econômico. Nesse contexto, o homem ficou órfão da verdade.

Eis a razão pela qual surgiram as filosofias orientais e muitas crenças que pontificam as vidas sucessivas para que ocorra explicação, o aprimoramento da alma e se cumpra a justiça divina mediante leis universais de causa e efeito, ação e reação válidas para todos os miríades de mundos habitados. É uma filosofia reconfortante, consoladora e dá sentido a nossa efêmera existência. Acreditar em algo que irá subsistir e que nosso aprendizado, conquistas, realizações, sonhos e amores, não irá terminar em uma lápide fria e úmida. Mas nem todos pensam assim e uma pesquisa mostra que 3,5 % da nossa população não aceitam a vida além da vida. Para eles, após o desenlace, reina o vazio, o nada e tudo acaba no cemitério ou no crematório. Não aceitam sair de um plano temporal para viver noutro com a entrada no túnel espaço-tempo que os irá transportar a outra dimensão sem possibilidade de escolha   e indo ao lugar que for merecedor.

Nos últimos anos a ciência vem descortinando o véu do fenômeno da vida biológica mostrando que o cérebro foi desenvolvido pelas forças evolutivas para extrair do mundo tudo que nos rodeia. As descobertas da física quântica (os quanta são pacotes de energia associados a radiação eletromagnética), sobre o tempo proporcionaram uma pista de que a morte não corresponde exatamente ao término da existência de um ser e que sua finalidade estaria relacionada a existência de algo que subsiste a morte conhecida como alma. Novos horizontes abrem-se à ciência, com o aprofundamento sobre os campos de ondas gravitacionais, o espaço-tempo e suas implicações com a consciência imortal – o espírito – que já começa a ser considerado por alguns cientistas. Diversos físicos modernos passaram, no momento atual, a se interessar por conhecimentos esotéricos e filosóficos orientais. Eles consideram surpreendentes a semelhança dos conceitos filosóficos da sabedoria milenar do Oriente com as conclusões da Física Quântica. A ciência atualmente se interessa como nunca por essa investigação e mesmo existem universidades em que o assunto é tratado. As chamadas Terapia de Regressão, TR, a Terapia de Vidas Passadas, TVP e as Experiências de Quase Morte, EQM, dominam o interesse dos pesquisadores. A ela poderíamos agregar a vasta literatura mediúnica que também está sendo objeto de pesquisa científica. Atualmente vive-se uma fascinação com a vida após a morte. São questões que permeia o imaginário e está nas conversas, livros, revistas, filmes e documentários.  Um tema que promete muitas surpresas para os próximos anos.

Retornando ao título desse artigo, nada melhor do que depoimentos de pessoas que passaram do limite físico para o espiritual. São inúmeros casos mas, o mais recente que chamou a atenção do mundo, é dos jovens que foram consumidos pelo fogaréu da boate Kiss em janeiro de 2013 na cidade de Santa Maria, RS. Um canal foi aberto para que oito desses jovens conseguissem um contato com seus familiares. As mensagens foram recebidas em quatro centros espíritas de Uberaba, um de Passo Fundo, RS e um de Cacaqui, RS.  As mensagens através da psicografia relatando particularidades que só as famílias conheciam e com grafia dos mesmos, conferem absoluta autenticidade as mesmas. Falam do encontro com os familiares já falecidos, com os nomes como eram tratados e sempre com muita alegria e carinho. Muitos falam dos sofrimentos que compartilharam com os pais e que choraram com eles. Tudo pode ser conferido no livro “Nossa Nova Caminhada” da jornalista Lidiana Betega que contém também fotografias dos jovens.  Desnecessário dizer do conforto que sobreveio para as famílias das quais uma, perdeu seus dois únicos filhos!  A ênfase dada por todos eles: Estamos bem, estamos vivos!

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Prosa com Chico

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