Feeds:
Posts
Comentários

Archive for dezembro \31\-03:00 2019

Festa pagã do solstício de inverno foi transformada em cristã pela Igreja.

Definir quando nasceu Cristo exige uma profunda investigação histórica.

Existem eventos que, pela sua natureza, são quase inquestionáveis. Um deles refere-se ao Natal. Habituados que estamos a comemorá-lo todos os anos em 25 de dezembro, jamais poderíamos supor que o nascimento de Jesus tivesse ocorrido em outra data. No entanto é justamente o nascimento de Cristo o acontecimento histórico que mais tem atraído a atenção de diversos astrônomos, em particular daqueles interessados em problemas históricos e preocupados com a procura de uma explicação racional para o grande mistério da Estrela de Belém.

Por definição, Jesus nasceu no ano 1 da nossa era, pois o seu nascimento é o evento que marcou o início da era cristã. Na realidade a verdade é outra. Tudo começou em 525 d.C., quando Dionísio, o Pequeno, ao fixar o nascimento de Cristo em 25 de dezembro do ano 754 ab urbe condita (depois da fundação de Roma), efetuou um erro de cálculo da ordem de pelo menos cinco anos. Ele não havia considerado nem o zero (algarismo que seria introduzido na Índia no século IX a.C.) nem os quatro anos que o Imperador Augusto reinou com o seu próprio nome de batismo, Otávio.

Por outro lado, com auxílio de acontecimentos históricos citados na Bíblia, poderemos determinar com maior precisão os prováveis anos nos quais teria nascido Jesus. De início, segundo São Matheus, sabe-se que Jesus nasceu durante o reinado de Herodes, que faleceu no ano 4 a.C., talvez nos meses de abril ou maio. Essa última conclusão prende-se ao fato de a morte de Herodes ter ocorrido antes da Páscoa dos judeus, e ter sido precedida por um eclipse da Lua. Ora, como o único eclipse lunar visível em Jericó foi o da noite de 12 para o dia 13 de março do ano a.C., como foi mencionado por Flavius Josephus, supõe-se que a morte de Herodes ocorreu provavelmente no mês que se seguiu ao eclipse. Em síntese: tudo indica que Herodes morreu entre 13 de março e 11 de abril, pois foi nesse último dia que se iniciou a Páscoa dos judeus.

Uma outra ocorrência que tem auxiliado os historiadores foi o massacre dos inocentes, quando todas as crianças de menos de dois anos foram sacrificadas por ordem de Herodes, que se baseou nas informações dos Magos para enviar os seus soldados a Belém, a fim de matar o novo Messias que ele tanto temia. Por esse fato se concluiu que Jesus, na época, deveria ter menos de dois anos. Seria conveniente lembrar, por outro lado, que essa data pode corresponder a concepção e não ao nascimento, pois entre os orientais era tradição iniciar a contagem da idade a partir daquele instante.

Um outro ponto de referência na fixação da data de nascimento de Jesus foi a época do recenseamento ordenado pelo Imperador Augusto, que foi executado por Quirino, governador da Síria. Se aceitarmos o termo recenseamento como censo, isto é, como um inventário de população, a data correspondente será -7 ou -6. Todavia se tomarmos, como o fazem alguns autores, esse termo no sentido de cens, ou seja, de imposto, que deve ter sido posterior de um a dois anos ao citado inventário, é aceitável supor que o mesmo ocorreu 5 a 4 anos a.C.

Considerando todos esses elementos, chegamos à conclusão de que a data de nascimento de Jesus deve situar-se entre os anos 5 a 7 a.C.

Em que dia do ano nasceu Cristo? O Natal, em 25 de dezembro, começou a ser celebrado em todo o mundo como o dia do nascimento de Jesus depois do ano 336 d.C. Antes essa data era aceita com o solstício do inverno no Hemisfério alongar. A festa pagã do dies solis invicti natalis, ou seja, o dia do nascimento do Sol invicto, era celebrada no dia que coincidia com os meados de saturnália – estação durante a qual os trabalhos cessavam. Nesse dia em que o Sol começava a se dirigir para o norte, as casas eram decoradas com árvores, presentes eram trocados entre os amigos, ceias e procissões eram efetuadas pelos povos pagãos em homenagem ao Sol, que voltava à sua posição elevada.

Como os primeiros cristãos comemoravam esse feriado, a Igreja decidiu transformar tal cerimônia pagã numa festa cristã. Assim, o dia 25 de dezembro passou a representar o dia do nascimento de Cristo. No Oriente, o nascimento foi inicialmente celebrado em 6 de janeiro, data que estava associada à Estrela de Belém. Tal comemoração tinha como objetivo substituir a cerimônia pagã que em 6 de janeiro se comemorava no tempo de Kore em Alexandria e em algumas regiões da Arábia, quando se celebrava Kore, a virgem, que deu à luz Aion.

Em 194 d.A., Clemente de Alexandria propôs a data de 19 de novembro do ano 3 a.C., enquanto outros pretendiam que o nascimento ocorresse em 30 de maio ou 19/20 de abril. Mais tarde, em 214 d.C., Epifânio propôs do dia 20 de maio. Nessas datas existem confusões entre a época da concepção e do nascimento. No entanto, tais datas parecem concordar com a velha tradição de que Cristo teria sido concebido na primavera e nascido em meados do inverno (essas estações referem-se ao Hemisfério Norte).

Segundo os relatos da Bíblia, o nascimento de Cristo pode ser determinado em função do de São João Batista. Assim Zacarias, o pai de João Batista, foi o sacerdote da travessia de Abia (Lucas 1.8) que teria servido no templo na sexta semana depois da Páscoa, semana anterior ao Pentecoste. Como todos os “sacerdotes” também serviram durante o Pentecoste, Zacarias teria deixado Jerusalém para sua casa no décimo segundo dia do mês do calendário israelita Sivan, ou seja, em 12 de junho do nosso calendário. Ora, como Isabel, sua esposa, concebeu seu filho depois do seu retorno (Lucas 1.24) conclui-se que João Batista deve ter nascido 280 dias mais tarde, ou seja, nas vizinhanças do dia 27 de março. Lucas (1.36) registrou ser Cristo seis meses mais jovem que João Batista, o que faz ter o nascimento de Cristo ocorrido em setembro seguinte, ou seja, no outono do ano 7 a.C. A primitiva tradição cristã registrava que Jesus nasceu um dia depois de um Sabbath judeu, isto é, em um domingo.

Crenças astrológicas tradicionais indicam, como dia mais provável, o sábado, dia 22 de agosto de 7 a.C. Seria conveniente lembrar que no calendário judeu o dia começa ao pôr do Sol, de modo que se considerarmos a legenda que Cristo nasceu depois do pôr do Sol, podemos aceitar que o seu nascimento ocorreu em 21 de agosto do ano 7 a.C.

Por Ronaldo Rogério de Freitas Mourão.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/.

Read Full Post »

O Natal inicialmente era uma festa pagã por ocasião do solstício de inverno: os nórdicos buscavam agradar aos deuses para pedir-lhes um inverno mais brando.

Essas tradições foram se arraigando na alma do povo. Os primeiros cristãos não conseguiram extirpá-las, fundindo-se a outros hábitos festivos populares.

Constantino determinou a celebração do nascimento de Jesus em 25 de dezembro, misturado com datas de festas pagãs celebradas em honra de Mitra, deus solar dos antigos persas, assimilado pelos romanos.

A fixação oficial foi feita pelo Papa Júlio I (337-352).

O presépio foi incorporado à época em que Francisco de Assis, na noite do Natal de 1223 montou em uma gruta a cena do nascimento do Divino Mestre em tamanho natural.

O hábito da árvore de Natal veio no século XVI e XVII, na Europa.

A troca de presentes surgiu no século VII com o Papa Bonifácio.

A figura do Papai Noel apareceu no altruísmo de Nicolau de Mira (271-341), na Ásia menor, e em Bati, na Itália, distribuindo moedas e presentes a vizinhos e crianças.

Já a ideia da ceia originou-se na ceia de Jesus com os apóstolos.

José Márcio

Read Full Post »

Onde nasceu Jesus?

Perguntemos à Maria Madalena onde e quando nasceu Jesus e ela nos responderá: Jesus nasceu em Betânia… foi certa vez que sua voz tão cheia de amor e bondade despertou em mim a sensação de uma vida nova com a qual até então eu nunca imaginei…

Perguntemos à Francisco de Assis, o que ele sabe sobre o nascimento de Jesus e ele nos responderá: Ele nasceu no dia em que na Praça de Assis entreguei minha bolsa, minhas roupas e até o meu nome para segui-lo pois sabia que somente ele é a fonte inesgotável do amor…

Perguntemos à Pedro:  Quando se deu o nascimento de Jesus e ele responderá: Jesus nasceu no pátio do Palácio de Caifás, na noite em que o galo cantou pela terceira vez, no momento em que eu o havia negado… foi nesse instante que acordou a minha consciência para a verdadeira vida…

Perguntemos à Paulo de Tarso quando se deu o nascimento de Jesus? e ele responderá: Jesus nasceu na Estrada de Damasco quando envolvido por uma intensa luz que me deixou cego, pude ver a figura nobre e serena que me perguntava: “Saulo, Saulo, por quê me persegues?” e na cegueira passei a enxergar um mundo novo quando eu lhe disse: “Senhor, que queres que eu faça?”

Perguntemos à Joana de Cusa:

Onde e quando nasceu Jesus?

E ela nos responderá: Jesus nasceu no dia em que amarrada ao poste do circo de Roma ouvi o povo gritar: “Negue, negue”… e o soldado com a tocha acesa dizendo: “Este teu Cristo lhe ensinou apenas a morrer”… foi nesse instante que sentindo o fogo subir pelo meu corpo, com toda a certeza e sinceridade dizer: “Não, não me ensinou só isso… Jesus ensinou-me também a amá-lo”…

Perguntemos à Tomé: Onde e quando nasceu Jesus?

E ele nos responderá: Jesus nasceu naquele dia inesquecível em que ele me pediu para tocar as suas chagas e me foi dado a testemunhar que a morte não tinha o poder sobre o filho de Deus… só então compreendi o sentido das palavras:

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.

Perguntemos à João Batista onde e quando nasceu Jesus… e ele nos responderá: Jesus nasceu no instante em que chegando ao Rio Jordão pediu-me que o batizasse e ante a meiguice do seu olhar e a majestade de sua figura eu pude ouvir a mensagem do Alto: “Esse é o meu filho muito amado no qual eu coloquei a minha complacência”.

compreendi então, que chegara o momento D’ele crescer e eu diminuir para a glória de Deus Pai…

Perguntemos à Lázaro onde e quando nasceu Jesus e ele nos responderá: Jesus nasceu em Betânia na tarde em que me visitou o túmulo e disse: “Lázaro, levanta”… nesse momento compreendi finalmente quem ele era: A ressurreição e a vida…

Perguntemos à Judas onde e quando nasceu Jesus?

E ele nos responderá: Jesus nasceu no instante em que eu assistia o seu julgamento e a sua condenação e compreendi que Jesus estava acima de todos os tesouros terrenos…

Perguntemos finalmente à  Maria de Nazaré onde e quando nasceu Jesus… e ela nos responderá: Jesus nasceu em Belém, sob as estrelas que eram focos de luzes guiando os pastores e as suas ovelhas ao berço de palha…foi quando o segurei em meus braços pela primeira vez e senti se cumprir a promessa de um novo tempo através daquele menino que Deus enviara ao Mundo para ensinar aos homens a lei maior, a lei do amor…

E podemos perguntar a cada um de nós: Quando e onde foi que Jesus nasceu?

Foi naquele momento de grande dor? que nos sentimos tão sozinhos e ao mesmo tempo tão amparados?

Que possamos transformar em uma manjedoura o nosso coração para que Jesus possa nascer ali…

(Texto extraído do livro Em torno do Mestre; autor Vinícius; p. 192-194, 4ª ed, FEB.)

Read Full Post »

A primeira edição de O livro dos espíritos veio à lume em 18 de abril de 1857. Descortinava-se a segunda metade do século XIX. Do ponto de vista conjuntural, ainda vigia no mundo o trágico regime da escravidão e a clara submissão da mulher ao poder masculino.

A sociedade daquela época, destacadamente estratificada, exclusivista e orgulhosa aceitava, como “normal” todas essas questões, hoje, inconcebíveis. (Eis um claro exemplo de como a Lei de Progresso se manifesta!)

O continente africano, quase todo ele, colônia das grandes metrópoles europeias: Portugal, Espanha, França e Inglaterra, sobretudo.

A igreja de Roma exercia um poder temporal, embora em franco declínio, ainda de grande prestígio junto às massas e ao Estado.

Nesse contexto histórico e geopolítico, uma obra dá início às mais profundas reflexões acerca da natureza humana: homens e mulher são iguais em direitos e aptidões? Um homem deveria ser propriedade de outro homem que sobre este exercia o poder de vida e de morte? Pode o homem ou o Estado opor embargos à liberdade de consciência? A sociedade precisa de leis mais severas para coibir os abusos e os excessos? Qual o papel da educação neste contexto?

A obra a que nos referimos é O livro dos espíritos, de Allan Kardec. Nele todas essas (e muitas outras!) questões são refletidas sob o império da razão mais clara e reta; trata-se de um amplo ensaio filosófico, não apenas de natureza espiritual, mas, também, de natureza moral.

Para destacar essas impressões, reproduzimos, abaixo, alguns trechos da obra que constam de sua parte terceira, As leis morais. Destacamos aqui as Leis de Progresso, de Igualdade e de Liberdade. A tradução é a de José Herculano Pires.

Chamamos a atenção do leitor(a) amigo(a) para a pergunta formulada por Kardec na questão 796 (o “estado atual da sociedade” em meados do século XIX e nos dias atuais em que debatemos sobre a aplicação da pena de morte, da redução da maioridade penal, de penas mais severas, etc).

Eis os conteúdos a que nos referimos:

LEI DE PROGRESSO

Progresso da legislação humana

796. A severidade das leis penais não é uma necessidade no estado atual da sociedade?

— Uma sociedade depravada tem certamente necessidade de leis mais severas. Infelizmente essas leis se destinam antes a punir o mal praticado do que a cortar a raiz do mal. Somente a educação pode reformar os homens, que, assim, não terão mais necessidade de leis tão rigorosas.

LEI DE IGUALDADE

Igualdade de direitos do homem e da mulher

817. 0 homem e a mulher são iguais perante Deus e têm os mesmos direitos?

— Deus não deu a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir?

818. De onde procede a inferioridade moral da mulher em certas regiões?

— Do domínio injusto e cruel que o homem exerceu sobre ela. Uma consequência das instituições sociais e do abuso da força sobre a debilidade. Entre os homens pouco adiantados do ponto de vista moral a força é o direito.

821. As funções a que a mulher foi destinada pela Natureza têm tanta importância quanto as conferidas ao homem?

— Sim. e até maior; é ela quem lhe dá as primeiras noções da vida.

822. Os homens, sendo iguais perante a lei de Deus, devem sê-lo igualmente perante a lei humana?

— Este é o primeiro princípio de justiça: “Não façais aos outros o que não quereis que os outros vos façam”.

822. a) De acordo com isso, para uma legislação ser perfeitamente justa deve consagrar a igualdade de direitos entre o homem e a mulher?

— De direitos, sim; de funções, não. É necessário que cada um. Tenha um lugar determinado; que o homem se ocupe de fora e a mulher do lar, cada um segundo a sua aptidão. A lei humana, para ser justa, deve consagrar a igualdade de direitos entre o homem e a mulher; todo privilégio concedido a um ou a outro é contrário à justiça. A emancipação da mulher segue o progresso da civilização, sua escravização marcha com a barbárie. Os sexos, aliás, só existem na organização física, pois os Espíritos podem tomar um e outro não havendo diferenças entre eles a esse respeito. Por conseguinte, devem gozar dos mesmos direitos (1).

(1) Comentário de José Herculano Pires: Há mais de cem anos, este livro indicava a solução do problema feminino: igualdade de direitos e diversidade de funções. Marido e mulher não são senhor e escrava, mas companheiros que desempenham uma tarefa comum, com a mesma responsabilidade pela sua realização. O feminismo adquire um novo aspecto à luz deste princípio. A mulher não deve ser a imitadora e a competidora do homem, mas a sua companheira de vida, ambos mutuamente se completando na manutenção do lar, que é a célula básica da estrutura social.

LEI DE LIBERDADE

Sobre a escravidão

829. Há homens naturalmente destinados a ser propriedade de outros homens?

— Toda sujeição absoluta de um homem a outro é contrária à lei de Deus. A escravidão é um abuso da força que desaparecerá com o progresso, como pouco a pouco desaparecerão todos os abusos.

Comentário de Kardec: A lei humana que estabelece a escravidão é uma lei contra a natureza, pois assemelha o homem ao bruto e o degrada moral e fisicamente.

Liberdade de Consciência

835.A liberdade de consciência é uma consequência da liberdade de pensar?

— A consciência é um pensamento íntimo, que pertence ao homem como todos os outros pensamentos.

836. O homem tem o direito de pôr entraves à liberdade de consciência?

— Não mais do que à liberdade de pensar, porque somente a Deus pertence o direito de julgar a consciência. Se o homem regula, pelas suas leis, a relação de homem para homem, Deus, por suas leis naturais, regula as relações do homem com Deus.

837. Qual é o resultado dos entraves à liberdade de consciência?

— Constranger os homens a agir de maneira diversa ao seu modo de pensar, o que é torná-los hipócritas. A liberdade de consciência é uma das características da verdadeira civilização e do progresso.

838. Toda crença é respeitável, ainda mesmo quando notoriamente falsa?

— Toda crença é respeitável quando é sincera e conduz à prática do bem. As crenças reprováveis são as que conduzem ao mal.

839. Somos repreensíveis por escandalizar em sua crença aquele que não pensa como nós?

— Isso é faltar com a caridade e atentar contra a liberdade de pensamento.

840. Será atentar contra a liberdade da consciência opor entraves às crenças que podem perturbar a sociedade?

— Podem reprimir-se os atos, mas a crença íntima é inacessível.

Comentário de Kardec: Reprimir os atos externos de uma crença, quando esses atos acarretam qualquer prejuízo aos outros, não é atentar contra a liberdade de consciência porque essa repressão deixa à crença sua Inteira liberdade.

841. Devemos, por respeito à liberdade de consciência, deixar que se propaguem as doutrinas perniciosas ou podemos, sem atentar contra essa liberdade, procurar conduzir para o caminho da verdade os que se desviaram para falsos princípios?

— Certamente se pode e mesmo se deve; mas ensinai, a exemplo de Jesus, pela doçura e persuasão e não pela força, porque seria pior que a crença daquele a quem desejásseis convencer. Se há alguma coisa que possa ser imposta é o bem e a fraternidade, mas não acreditamos que o meio de fazê-lo seja a violência: a convicção não se impõe.

Eis a Doutrina Espírita: reveladora e consoladora!

Estudemos O livro dos espíritos. Comecemos pelo começo, comecemos por Kardec!

José Márcio

Read Full Post »

O livro dos espíritos — 18 de abril de 1857

O livro dos médiuns ou guia dos médiuns e dos evocadores — 15 de janeiro de 1861

O evangelho segundo o espiritismo — 15 de abril de 1864

O céu e o inferno ou a justiça divina segundo o espiritismo — 01 de agosto de 1865

A gênese, os milagres e as predições segundo o espiritismo — 06 de janeiro de 1868

Read Full Post »

O perispírito e uma de suas propriedades

Introdução

O existir é um interexistir e para esse interexistir que marca a nossa realidade, possibilita-nos a Providência Divina um valiosíssimo instrumento, espelho da alma e sustentáculo do corpo, que é o Perispírito. O Perispírito é, por excelência, o elo interexistencial. O Espírito, encarnado, conserva, com as qualidades que lhe são próprias, o seu perispírito que, como se sabe, não fica circunscrito pelo corpo, mas irradia ao seu derredor e o envolve como que de uma atmosfera fluídica.

Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha preponderante papel no organismo. Pela sua expansão, põe o Espírito encarnado em relação mais direta com os Espíritos livres e também com os Espíritos encarnados. O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.

Neste artigo, propõem-se um esclarecimento e uma abordagem sobre as influências do meio sobre o perispírito, bem como a interatividade do mesmo com o que lhe rodeia. Procurar-se-á estabelecer as relações intrínsecas entre o corpo material e o corpo fluídico. Para isso, essa abordagem ficará restrita à propriedade Sensibilidade, que particularmente abrange a magnética.

Propriedades do perispírito

Estudos desenvolvidos por autores desencarnados e encarnados identificam, já, com bastante nitidez, certas qualidades inerentes ao perispírito. Assim, podem ser catalogadas como suas as seguintes propriedades: plasticidade, densidade, ponderabilidade, luminosidade, penetrabilidade, visibilidade, tangibilidade, sensibilidade global, sensibilidade magnética, expansibilidade, bicorporeidade, unicidade, perenidade, mutabilidade, capacidade refletora, odor, temperatura. Essas propriedades sustentam o viver interexistencial do ser humano no presente estádio evolutivo, sendo certo que, em níveis mais avançados de vida, em que o perispírito já alcança mais quintessência, outras qualidades e características poderão marcá-lo.

O perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é um dos produtos mais importantes do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido ao redor de um foco de inteligência ou alma. Vê-se que o corpo carnal tem igualmente seu princípio neste mesmo fluido transformado e condensado em matéria tangível; no perispírito, a transformação molecular se opera diferentemente, porque o fluido conserva a sua imponderabilidade e as suas qualidades etéreas. O corpo perispiritual e o corpo carnal têm, pois, a sua fonte no mesmo elemento primitivo; um e o outro são da matéria, embora sob dois estados diferentes.

O perispírito pode ser considerado como um campo de força a sustentar uma estrutura semimaterial, sendo sensível à ação magnética. Desta maneira o Espírito registra a influência que dele emana, repercutindo na organização somática. A relevância do perispírito está no domínio do magnetismo espiritual (psicomagnetismo). O perispírito é também sensível às influências da energia ambiental que o envolve (psicosfera). Assim ele absorve, assimila e também transmite, a energia espiritual que capta ou recebe. O passe é o seu maior exemplo.

Outro exemplo é a prece, que resulta num influxo de energias espirituais de Mais Alto, a ser envolvida e absorvida pelo campo energético de quem ora. Um exemplo negativo é quando se sente náusea, palpitação, arrepios por ocasião da aproximação de entidades espirituais em perturbação, que emitem sua energia magnética deletéria. Podem, inclusive, absorver o campo energético de quem se aproximam, num processo mais conhecido como vampirismo.

Resumindo, somos, em maior ou menor grau, capazes de sentir e assimilar a energia de locais ou pessoas (encarnadas ou não).

Assim as principais ideias sobre o perispírito expostas por eminentes pensadores e pesquisadores, e ainda hoje bastante difundidas no movimento espírita são:

. O perispírito é um envoltório do espírito, que o acompanha desde sua criação, e, portanto, preexiste ao nascimento e sobrevive à morte do corpo físico.

. É composto de matéria, porém em nível diferente daquela a que os encarnados estão acostumados. Kardec afirma ser uma matéria quintessenciada, obtida por modificação direta do fluido cósmico (que é a matéria primordial), contendo ainda elementos do princípio vital e mesmo de componentes físicos e eletromagnéticos.

. Sua composição energética é tanto mais densa, ou menos sutil, quanto menos evoluído (dos pontos de vista intelectual e moral) for o espírito. Com a evolução deste, vai-se tornando mais sutil (ainda que não se saiba ao certo o que isto significa fisicamente), mas sempre acompanha o espírito.

. É totalmente sujeito à vontade do espírito, que pode plasmá-lo a seu gosto e dar-lhe a forma que desejar.

. Serve como elemento de ligação entre o Espírito e o corpo físico, uma vez que um e outro não podem interagir diretamente devido à diferença estrutural entre ambos.

. É o elemento que possibilita a manutenção de uma forma para o espírito desencarnado, e, assim, permite que este possa identificar-se com uma individualidade.

. É o princípio fundamental das manifestações mediúnicas, em especial daquelas caracterizadas como efeitos físicos.

. É o molde do corpo físico, uma forma que conteria os elementos informacionais que permitiriam sua formação e manutenção. Esta função é também a única forma de adequar o surgimento da vida à Segunda Lei da Termodinâmica.

O perispírito, de nenhum modo, está encerrado nos limites do corpo, como numa caixa; pela sua natureza fluídica, ele é expansível; irradia ao redor e forma, em torno do corpo, uma atmosfera que o pensamento e a força de vontade podem estender mais ou menos; de onde se segue que as pessoas que, de nenhum modo, não estão em contato corporal, podem estar pelo seu perispírito e se transmitir impressões, com o seu desconhecimento, algumas vezes mesmo a intuição de seus pensamentos.

Sendo o perispírito um dos elementos constitutivos do homem, desempenha um papel importante em todos os fenômenos psicológicos e, até um certo ponto, nos fenômenos fisiológicos e patológicos.

Reflexões e argumentações

Ter a sensibilidade sobre as diferentes partes do corpo significa estar dotado do sentido chamado somestesia. Esse sentido tem receptores sensoriais distribuídos não só na cabeça, mas em todas as partes do corpo. Pode ser reconhecido através das 4 submodalidades somestésicas: dor, tato, temperatura e pressão. Somestesia (do latim soma, que quer dizer corpo e aesthesia, que significa sensibilidade é a capacidade que seres humanos e animais têm de receber informações sobre as diferentes partes do seu corpo. Essas informações podem ser referentes ao meio ambiente ou ao próprio corpo e nem todas se tornam conscientes.

Esta sensibilidade também se estende ao corpo fluídico ou perispírito. Esta aesthesia magnética se manifesta neste corpo que também dotado de pontos sensoriais, interage com o meio, recebendo e emitindo fluidos, ora bom ora ruins, dependendo do momento e da condição vibratória mental que o indivíduo expresse.

Graças a essa sensibilidade o Espírito encarnado tem condições de registrar, por exemplo, até num campo de energia estática, a influência que dele emana, com evidente repercussão na organização somática. Mas é no domínio do magnetismo espiritual (psicomagnetismo) que essa extraordinária qualidade do psicossoma surge especialmente relevante.  Com efeito, devido a ela, torna-se o Espírito suscetível às influências da energia ambiental que o envolve (psicosfera) e é essa propriedade que lhe permite absorver, assimilar – e, também, transmitir – a energia espiritual que capta ou recebe.

A manifestação desta sensibilidade do todo perispíritico se faz através do que se chama sensibilidade magnética, pulsando a todo momento e ininterruptamente, influenciada pela mente do ser que voluntaria ou involuntariamente, vibra sentimentos e ações constantemente. Ao fazer isso, o ser molda magneticamente ou energeticamente ao seu redor campos que atraem ou repelem fluidos ou energias que poderão fortalecê-lo ou debilitá-lo. As camadas de energia ao redor do ser compõem-se da energia sutil do corpo que interagem com o meio ambiente à sua volta. Esses campos funcionam como um escudo protetor, filtrando as energias negativas e aceitando as positivas.

Este invólucro magnético tem a propriedade também de atrair pensamentos ou formas pensamentos, que tem no plano espiritual forma e energia. Dependendo de como está o campo magnético (sensibilidade) que envolve o ser, este pode ser influenciado ou até mesmo “coagido” involuntariamente a vibrar e conectar ao emissor da forma pensamento.  O homem cria e plasma este invólucro o tempo todo influenciando e sendo influenciado por tudo e por todos. Muitas vezes as pessoas sentem um mal-estar repentino ou mesmo um sintoma de dor que geralmente ela não sabe o porquê.

Essa sensibilidade magnética também é importante e preponderante para os médiuns. A mediunidade está diretamente ligada à capacidade ou sensibilidade magnética. A capacidade de sintonia está em todas as criaturas, porque todas as criaturas são dotadas de campo magnético particular. Diante das variadas informações contidas nas Obras Básicas codificadas por Kardec a respeito da mediunidade, não se pode entender a fenomenologia mediúnica sem a presença do perispírito. Ele representará sempre o campo por onde o fenômeno se instala e onde as diversas operações se realizam.

Considerações finais

Uma das questões mais importantes para a Ciência Espírita é o estudo das propriedades e funções do perispírito. A Ciência, que ainda não reconhece a sua existência, muito se beneficiaria do estudo do perispírito no desenvolvimento de novos tratamentos para determinadas doenças e na orientação para uma vida mais saudável. Todos nós apresentamos um campo magnético próprio, particular. A natureza deste campo magnético é essencialmente física e esta depende da condição moral do indivíduo. A sensibilidade magnética sendo uma das propriedades do perispírito, se não é a mais importante, é a mais interessante sob o ponto de vista de influências externas e de consequências internas ao corpo, funcionando como uma antena.

Como comentado por autores diversos, o perispírito quando analisado pelo aspecto sensibilidade, e em particular magnética, deverá futuramente ser investigada com profundidade em prol da humanidade que ainda insiste em trabalhar o efeito, negligenciando a causa de todos os seus males.  A partir de novas descobertas, que o homem deverá investigar, a humanidade será beneficiada em muito. Uma área particular será a mais bem agraciada: a Medicina. Novos horizontes se descortinarão a esta, uma nova visão, uma nova perspectiva e um novo mundo.

Nos últimos 20 anos, tem aumentado o interesse na comunidade acadêmica, o que se demonstra pelo crescente número de artigos científicos indexados nas principais plataformas de busca do mundo. Hoje percebe-se uma maior receptividade a essas pesquisas do que, provavelmente, tiveram os pesquisadores do século XIX. Ainda assim, muitos especialistas afirmam que o tema se configura como um dos tabus científicos do século XXI.

Porém, a Doutrina Espírita está aí pra quebrar estes tabus, incentivando o estudo e a pesquisa. Há um rico campo a ser explorado, com uma série de lacunas a serem preenchidas, como nas investigações científicas, filosóficas e metodológicas das pesquisas sobre o tema perispírito. Uma nova forma de estudo irá emergir como complemento ao modelo científico positivista, propondo uma ciência pautada na valorização do homem e da biodiversidade, em busca de construir sociedades mais saudáveis em seus diversos aspectos.

Este artigo é uma síntese do trabalho apresentado no VI CONICE – Congresso de Iniciação Científica Espírita (www.conice.org.br) por Carlos Gomes, Edson Palhares, Natália Amarinho e Estêvão Romão.

Read Full Post »