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Archive for janeiro \29\-03:00 2016

Faixa Zenóbio Fevereiro2016

O Grupo Espírita Zenóbio de Miranda, de Carandaí/MG, promove o ciclo de palestras dos sábados no mês de fevereiro de 2016.

Confira, abaixo, a programação:

Dia 06; tema: Evita os falatórios; palestrante: Francisco R. T. Carvalho, do Grupo Espírita Zenóbio de Miranda, de Carandaí/MG;

Dia 13; tema: Sim, sim; Não, não; palestrante: Luiz Roque Ferreira, do Grupo Espírita Novo Sol Nascente, de Outo Preto/MG;

Dia 20; tema: A melhor parte; palestrante: Danilo Girundi, do Grupo da Fraternidade Espírita irmã Scheilla, de Belo Horizonte/MG; e,

Dia 27; tema: Sou a videira; palestrante: Melissa Tortoriello, da Sociedade Espírita Amor e Paz, de Barbacena/MG.

Todas as palestras tem início às 19h30. O Grupo Espírita Zenóbio de Miranda está localizado à Rua João Blazutti, 222, Bairro Estação, em Carandaí/MG.

Agende-se e participe!

José Márcio

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Codificação Espírita

O blog Divulgando a Doutrina Espírita disponibiliza, para download, todas as obras da Codificação Espírita, incluindo: Instruções práticas sobre as manifestações espíritas, A obsessão, O principiante espírita, O que é o espiritismo, Viagem espírita em 1862, Obras Póstumas e a Revista Espírita (anos de 1858 a 1869 e o índice alfabético geral).

Basta acessar o link abaixo, ou clicar na flag Obras Básicas, no menu (acima, ao lado).

https://divulgandoadoutrinaespirita.wordpress.com/biblioteca-virtual/.

Asseverou-nos o Espírito da Verdade: “Espíritas; amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VI, item 5; tradução de Salvador Gentile, IDE, 365ª ed., 2009).

Boa leitura!

José Márcio

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Banner XXII Semana Espírita de Carandaí 2016

Nos dias que antecedem a realização da XXII Semana Espírita de Carandaí(MG), encontramos na internet, sob o título em epígrafe, material valiosíssimo que relata a história do movimento espírita nesta aprazível cidade.

Não podíamos deixar de publicá-lo. Ei-lo na íntegra:

“O que vamos relatar são fragmentos do início do Espiritismo em Carandaí.

Conta-nos o Sr. José Lagda, um dos veteranos do Espiritismo em Carandaí que, pelos idos de 1937, mais ou menos, o Sr. Carlos Russo, que residia à Rua Raul Soares, deu início, em sua casa, às primeiras reuniões espíritas em nossa cidade.

Nessa época, era ele escriturário da firma ‘Pereira Baêta’ e, como naquela época o Espiritismo era considerado como coisa do ‘capeta’, foi lhe pedido que suspendesse as reuniões em sua casa e que ele, em troca, ganharia uma porcentagem a mais no salário.

Dona Negasinha, sua esposa, que era médium, recebeu uma entidade amiga que lhe diz ‘uma porta se fecha, mas outra se abrirá, será uma casa grande e cheia’.

Eles ficaram surpresos e pensaram: ‘Como, se a população era predominante católica e até as duas filhas deles eram cantoras no coral da igreja?’.

O grupo saiu da casa do Sr. Carlos e passou a se reunir na residência do Sr. Zenóbio Miranda que, na época era agente da Estrada de Ferro Central do Brasil.

A partir desta data o Sr. Zenóbio juntamente com o Sr. Albano e outros, tiveram a ideia de construírem um templo espírita. O grupo foi crescendo. Além do Sr. Zenóbio e família, Sr. Carlos Russo, Dona Negasinha, Sr. Albano, D. Virgínia Rubatino, outras pessoas foram aproximando-se do grupo cheio de ideal.

O Sr. Zenóbio com o seu dinamismo e amor à causa, pôs o plano para funcionar.

Como tinha muitas amizades, recebeu apoio de várias delas, como do Sr. Germano Nogueira, Sr. Gentil Pereira Lima, além de um pedreiro que atendia pelo nome (apelido) de Vigário, que trabalhou na obra, sem nada cobrar.

E, coroando de êxito e empreendimento, fundou-se a 18 de maio de 1940, o ‘CENTRO ESPÍRITA NOVO ORIENTE’, na atual Rua Prefeito Abeilard Pereira.

Entre outras qualidades do Sr. Zenóbio, sobressaia-se sua palavra fácil, simples e objetiva, com que explanava as passagens evangélicas, comovendo a todos que o ouviam.

No intercâmbio entre as casas espíritas, na época, o Espiritismo de Carandaí recebia o apoio dos confrades de Barbacena, nas presenças sempre lembradas com carinho, do Sr. Zezinho Abranches, Dona Leia Santos Dias, dedicados trabalhadores da seara do Cristo.

Ainda hoje os filhos do Sr. Zezinho o representam na Seara Espírita por esse Brasil afora e até no exterior, levando a mensagem espírita de paz e fraternidade a muitos irmãos encarnados e desencarnados.

Por dissidência entre membros do ‘Novo Oriente’, criou-se um grupo de preces que começou a utilizar-se das dependências da casa do Sr. Joaquim de Souza/ Dona Iza, a partir de 1969.

O Sr. José Lagda e membros da sua família, o Sr. Juvenal Meireles, Antônio do Carmo Rubatino e suas irmãs Sônia e Izabel, além de outros elementos, formaram esse grupo que desfrutou do lar do Sr. Joaquim, do período de 1970 a 1983, 13 anos de trabalhos semanais naquele lar.

Como o grupo crescia a cada dia, o Sr. Vicente Geraldo, recém-ingresso no mesmo, ofereceu um cômodo em sua casa para melhor acomodação dos frequentes.

E, assim, foram exatos 8 anos de trabalhos naquela casa, em prol do Espiritismo, de 1983 a 1991.

Como a necessidade de trabalho ia aumentando e a frequência de irmãos era cada vez maior e, recebendo intuição do Mundo maior. Houve-se por bem pensar na construção de uma sede própria.

Tendo esse plano de construção sido elaborado na espiritualidade maior a mais de 70 anos. Segundo entidade amiga, o grupo recebeu do Sr. Joaquim de Souza o terreno para tal. Uma vez mais a comunidade espírita de Carandaí se fez presente na construção, com a doação de materiais diversos.

Foram meses de grande luta no levantamento das paredes, como o trabalho específico nos fins de semana, com sol e chuva, alegrando esse grande trabalho.

E assim, no dia 27 de outubro de 1991, à Rua João Blazutti, nº 222, em plena tarde de lindo sol, reunimo-nos, encarnados e desencarnados, para participarmos da inauguração da sede própria do GRUPO ESPÍRITA ‘ZENÓBIO DE MIRANDA’, marco indelével em nossas vidas, em verdadeiro banquete de luzes espirituais.

Dentre os presentes na ocasião, a viúva do Sr. Miranda, Dona Iara, que falou muito a respeito do inicio do Espiritismo em nossa cidade, suas dificuldades e seus grandes trabalhos realizados em benefício da comunidade carandaiense.

Tomaram a palavra além de alguns dos filhos do Sr. Miranda, os representantes de diversas casas espíritas da região, o Sr. Leopoldo Machado, orador oficial da ocasião, representante da AME (Aliança Municipal Espírita) de Barbacena, e outros.

Muitas homenagens foram prestadas àquelas pessoas que dignificaram e que ainda dignificam o nome do Espiritismo em Carandaí.

E, de nós, a pequena parcela de ajuda na construção do ‘nosso Grupo’, diante de tantos débitos perante a Lei Suprema e a esperança de continuarmos na luta de preservação e de progresso, sob todos os aspectos, deste nosso endereço de paz, amor e fraternidade.” (Fonte: Jornal Seara Espírita; Barbacena, fevereiro de 1999).

A XXII Semana Espírita de Carandaí(MG) acontecerá nos dias 26 a 30 de janeiro de 2016.

Clique no link abaixo para consultar a programação.

https://divulgandoadoutrinaespirita.wordpress.com/2016/01/13/xxii-semana-espirita-de-carandaimg/ .

Agende-se! Participe!

José Márcio

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Campanha do Quilo

Conforme pesquisa sobre o assunto, a atividade de Campanha do Quilo teve início no Brasil no ano de 1938 no Abrigo Creche O Nazareno (Rio de Janeiro), sob a inspiração de Bezerra de Menezes, coordenação e execução dos tarefeiros Elias Sobreira e Matos Vieira. Em Minas, a instituição pioneira neste trabalho, e ainda atuante, é o Grupo da Fraternidade [Espírita] Irmã Scheilla, que iniciou seus trabalhos em 1952.

A Campanha do Quilo na CCHJ [Casa de Caridade Herdeiros de Jesus], sob a égide da mentora Francisca [de] Paula de Jesus, iniciou suas atividades em 01/02/1976, por intermédio dos tarefeiros fundadores Sebastião Durval, Raymundo Furtado, Roberto Antônio de Oliveira, Carlos Gomes, Nilton Nogueira e Emyr Bedran. No transcurso desses 39 anos de trabalho ininterruptos, a dedicação e o espírito de servir dos tarefeiros permitiram à instituição vencer os desafios do trabalho voluntário e consolidar a

Sua atenção no campo social, promovendo a distribuição de roupas, calçados e alimentos, estes doados em forma de cestas básicas de provisões às famílias assistidas.

O planejamento dos trabalhos abrange um universo de 14 itinerários, compreendendo um total de 44 ruas num raio de um quilômetro no entorno da casa. O menor trajeto percorrido é de 808 metros e o maior atinge uma extensão de 2.171 metros. Atualmente, a campanha atende a um contingente de 46 famílias, cerca de 200 pessoas assistidas e conta com uma equipe de cinco tarefeiros fixos e quatro colaboradores cedidos por programas de trabalhos alternativos. A coordenação das atividades da Campanha do Quilo está atualmente sob os cuidados do Sr. Raymundo Furtado, um dos fundadores, Carlos Lucílio, Edvaldo Sabino, Flasmile Sabino e Valdemir Sabino.

Fonte: Jornal Correio Fraterno da Casa de Caridade Herdeiros de Jesus, n.º 62, dezembro de 2015.

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XXII Semana Espírita de Carandai 2016

A comunidade espírita de Carandaí(MG) estará realizando, entre 26 e 30 de janeiro de 2016, a XXII edição da Semana Espírita, que terá por tema central “Evangelho, O Abrigo”.

As palestras serão realizadas no prédio da Câmara Municipal e terão início as 19:30.

A programação consta do cartaz acima. (Clique na foto para ampliar).

Participe!

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Logo IEEF

A palavra exegese é oriunda do grego exegeomai, exegeses. O ex tem o sentido de retirar, derivar, ex-trair, ex-ternar, ex-teriorizar, ex-por; e, hegeisthai o de conduzir, guiar.

Movido por este propósito o exegeta espírita-cristão, quando se detiver sobre o estudo de uma obra que originalmente fora escrita em outro idioma e data recuada no tempo, deve dedicar especial atenção ao exame da tradução da língua-mãe para o vernáculo.

A informação se se trata a tradução de uma tradução literal ou de uma tradução como operação linguística e literária ou ainda como substituição e produção de significados, é importante para situá-lo dentro da obra e lhe permitir uma melhor compreensão do espírito do texto, ou melhor, da ideia que, efetivamente, deseja transmitir o autor.

Não diremos que um ou outro estilo é o melhor ou mais adequado, pois, a bem da verdade, todos o são! Nosso objetivo, com estas breves linhas, é convidá-lo, você leitor amigo e você estudioso que ora nos lê, para, sempre que possível, caso exista, compulsar outra(s) tradução(ões) da obra que pretende examinar. Esta verificação pode contribuir de forma decisiva para uma mais alargada compreensão do tema em estudo.

Ilustrando a tese acima exposta, vejamos, a título de exemplo, a questão número 5, de O Livro dos Espíritos, isto porque algumas traduções, como a de Guillon Ribeiro, utiliza o vocábulo (adjetivo) instintivo, e outras, como as de Salvador Gentile e Herculano Pires, utilizam, no lugar do anterior, o vocábulo intuitivo. Citaremos estas três por considerá-las mais difundidas e utilizadas, sem, em nada, desmerecer todas as demais.

Deter-nos-emos apenas na pergunta, ressalvando que também as traduções da resposta merecem a mesma análise em razão do mesmo princípio.

Primeiro, a tradução de Guillon Ribeiro:

5. Que dedução se pode tirar do sentimento instintivo, que todos os homens trazem em si, da existência de Deus?

— A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base? É ainda uma consequência do princípio – não há efeito sem causa.

Por segundo, a tradução de Salvador Gentile:

5. Que consequência se pode tirar do sentimento intuitivo que todos os homens carregam em si mesmos da existência de Deus?

— Que Deus existe; porque de onde lhe viria esse sentimento se ele não repousasse sobre nada? É ainda uma consequência do princípio de que não há efeito sem causa.

E, por terceiro, a tradução de Herculano Pires:

5. Que consequência podemos tirar do sentimento intuitivo, que todos os homens trazem consigo, da existência de Deus?

— Que Deus existe; pois de onde lhes virá esse sentimento, se ele não se apoiasse em nada? E uma consequência do princípio de que não há efeito sem causa.

Tal cuidado não é simples capricho e tampouco excesso de zelo. É, sim, o produto de um firme e responsável desejo de bem compreender a verdadeira essência do ensinamento transmitido. Ademais, no caso em exame – o estudo sistematizado de O Livro dos Espíritos –, para bem compreender a resposta, indispensável, por óbvio, primeiro, compreender a pergunta: afinal, o que Allan Kardec desejava, de fato, saber? Relembremos a questão número 5: “Que consequência se pode tirar do sentimento ‘instintivo/intuitivo’ que todos os homens ‘carregam em si/trazem em si/carregam consigo’ mesmos da existência de Deus?”.

O Original francês

Busquemos no original francês a redação da aludida questão:

5. Quelle conséquence peut-on tirer du sentiment intuitif que tous lês hommes portent en eux-mêmes de l’existence de Dieu?

— Que Dieu existe; car d’où lui viendrait ce sentiment s’il ne reposait sur rien? C’est encore une suite du principe qu’il n’y a pas d’effet sans cause.

Segundo o dicionário Michaelis da língua francesa, intuitif se traduz por intuitivo. Eis a tradução ipsis litteris:

5. Que consequências podem ser extraídas do sentimento intuitivo que todos os homens se vestirem da existência de Deus?

— Deus existe, porque de onde ele se sentiria se ele não se baseou em alguma coisa? Esta é outra consequência do princípio de que não há efeito sem causa.

A tradução literal dá conta, portanto, de que o vocábulo utilizado por Kardec é intuitivo; já a tradução como substituição e produção de significados, o traduz por instintivo.

A partir deste ponto, a exegese da questão em exame nos remete, dentre outros, ao estudo do significado (semântica) de intuitivo (ou intuição) e instintivo (ou instinto): são palavras sinonímias ou homonímias? Foram utilizadas segundo a conotação ou denotação?

O Significado das palavras intuição e instinto

Vejamos também, para ampliar a nossa análise, o significado dos vocábulos intuição e instinto.

Segundo o dicionário Aurélio, a palavra intuição tem o seguinte significado: s.f. Conhecimento claro, direto, imediato da verdade sem o auxílio do raciocínio. / Pressentimento; faculdade de prever, de adivinhar: ter a intuição do futuro. / Visão clara que os santos têm de Deus; intuitivo: adj. Que se tem por intuição: conhecimento intuitivo. / Dotado de intuição: natureza intuitiva. / Que age por intuição.

Ainda segundo o Aurélio, a palavra instinto tem o seguinte significado: s.m. Impulso natural: instinto de conservação. / Primeiro movimento que dirige o homem e os animais em seu procedimento. / Tendência; aptidão inata. / loc. adv. Por instinto, por uma espécie de intuição; sem reflexão: ele agiu por instinto; instintivo: adj. Que nasce do instinto: movimento instintivo.

Por sua vez, para o Dicionário Espírita, a palavra intuição tem o seguinte significado: Intuição – [do latim intueri + -ção] – 1. Ato de ver, perceber, discernir de forma clara ou imediata. 2. Ato ou capacidade de pressentir. 3. Percepção na sua plenitude de uma verdade que normalmente não se chega por meio da razão ou do conhecimento discursivo ou analítico. Ver: Instinto.

E, ainda segundo o Dicionário Espírita, a palavra instinto tem o seguinte significado: Instinto – [do latim instinctu] – 1. Tendência natural; aptidão inata. 2. Força de origem biológica, própria do homem e dos animais superiores, que atua de modo inconsciente, espontâneo, automático, independente de aprendizado. 3. Intuição; inspiração. 4. Espécie de inteligência rudimentar que dirige os seres vivos em suas ações, à revelia de sua vontade e no interesse de sua conservação. O instinto torna-se inteligência quando surge a deliberação. Pelo instinto, age-se sem raciocinar; pela inteligência, raciocina-se antes de agir. No homem, confundem-se frequentemente as ideias instintivas com as ideias intuitivas. Estas últimas são as que ele hauriu, quer no estado de desdobramento, quer nas existências anteriores e das quais ele conserva uma vaga lembrança.

Se as ideias intuitivas são aquelas que o espírito hauriu em existências anteriores e das quais conserva a lembrança e se o instinto é uma força de ordem biológica em que se age sem raciocinar, qual vocábulo desejou Kardec empregar?

Entretanto, não interessa apenas saber qual o vocábulo quis empregar o Codificador: se intuitivo ou instintivo. Notemos que as traduções mencionadas acima fazem também distinção nos termos trazem em si, carregam em si e trazem consigo e a tradução ipsis litteris, se vestirem.

Sobre estes últimos não nos deteremos por considerar que conseguimos transmitir a ideia do exame minucioso do texto quando destacamos os adjetivos intuitivo e instintivo. Trata-se do mesmo princípio e do mesmo método. Diremos apenas que trazer em si, carregar em si e trazer consigo ou ainda, se vestir pode ensejar múltiplas interpretações. Ao exegeta, atento e cuidadoso, nenhum detalhe deve passar despercebido e não merecer a devida e necessária análise: toda palavra, expressão, o sujeito da ação, os tempos verbal e cronológico, o lugar (espaço geograficamente considerado), etc., devem ser objetos de atenção e cuidadoso exame.

O nosso objetivo com este breve comentário não é o de concluir por uma ou por outra palavra, ou uma ou outra expressão, embora já tenhamos formado a nossa opinião particular. O nosso objetivo, com toda vênia, é o de aguçar, no leitor amigo, o desejo de aprofundar, no maior nível de detalhe possível, o exame da matéria a que se proponha estudar, em especial, da Doutrina Espírita e do Evangelho de Jesus.

Ao exegeta espírita-cristão está reservado, portanto, o papel de buscar extrair o “espírito da letra”, de sair da superficialidade, de mergulhar nas entrelinhas, de ir cada vez mais fundo e de contribuir, assim, para a verdadeira compreensão e para a plena vivência dos ensinamentos transmitidos por Jesus e seus prepostos diretos, os Espíritos Superiores. Em suma: fazer luz sobre a luz!

A Questão da tradução na exegese espírita, por José Márcio de Almeida. Publicado no site do Instituto Espírita de Estudos Filosóficos – IEEF:  http://www.ieef.org.br/wp-content/uploads/2015/04/A-quest%C3%A3o-da-tradu%C3%A7%C3%A3o-na-exegese-esp%C3%ADrita.pdf

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Venha estudar o Evangelho conosco: aberto ao público e gratuito

Objetivo: retirar da letra o “espírito que vivifica”, sob as luzes da Doutrina Espírita, para melhor entendimento e vivência da Boa Nova.1

As reuniões de estudo foram adotadas como medida capaz de favorecer, pela troca de ideias, a identificação mais lúcida da essência dos ensinos canalizados por Jesus, que foram registrados na forma de alocuções diretas, parábolas, acontecimentos, fatos extraordinários, curas, profecias, para que o substrato espiritual pudesse ser conservado em sua pureza.2

Nessas reuniões, num ambiente descontraído, ao embalo do entusiasmo e vontade de aprender, o trabalho é levado a efeito com ampla troca de ideias, argumentos, cotejo de referências bíblicas, comparações, pesquisas em livros ou peças avulsas que tratam do assunto, toda a atenção é direcionada para o versículo evangélico escolhido, que verte da letra seu conteúdo sublimada.2

Para isso é preciso:

a) Empenhar-se no estudo intensivo da Doutrina Espírita, em especial de seus princípios fundamentais: Deus; Jesus; Espírito; Perispírito; Evolução; Livre arbítrio; Pluralidade dos mundos habitados; Imortalidade da alma; Vida futura; Plano espiritual; Mediunidade; Influência dos Espíritos em nossa vida; e Ação dos Espíritos na Natureza.

b) O conteúdo espiritual do Evangelho pode ser identificado a partir de: um texto completo; um versículo; uma frase; uma expressão ou mesmo um a só palavra, observado seu sentido no trecho sob análise.2

c) O primeiro passo será sempre entender bem o aspecto literal do texto, através de uma leitura atenciosa, considerando o significado exato: de cada palavra; tempo e pessoas dos verbos; lugar; ocasião; circunstâncias; profissões e cargos; expressões e hábitos vigentes à época de Jesus.

d) Buscar cuidadosamente o seu conteúdo espiritual. Este é o que dá vida, universalidade e eternidade à Boa Nova.

Para esse estudo, algumas perguntas, ajudam nessa busca de entendimento, que vai se abrindo, segundo o grau de interesse, de sensibilidade e de determinação do aprendiz.

1 XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. 1ª ed. esp., FEB, Rio de Janeiro, 2005. Cap. Interpretação dos Textos Sagrados.
2 ABREU, Honório Onofre. Luz Imperecível. Estudo Interpretativo do Evangelho à Luz da Doutrina Espírita. União Espírita Mineira, 6ª ed. 2009.

Fonte: http://www.febnet.org.br/blog/sem-categoria/como-estudar-o-evangelho/.

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O sinal do profeta Jonas

Logo Sal da Terra n.º 54_O Sinal do...

Nínive, capital da antiga Assíria, situada à margem rio Tigre, era uma cidade muito importante, na qual vivia mais de 120 mil habitantes.

No livro do Profeta Jonas é descrita como uma cidade excessivamente grande. Era uma junção importante para as rotas comerciais que cruzavam o rio Tigre. Ocupando uma posição central na grande estrada entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano Índico, assim unindo o oriente e o ocidente, recebia a riqueza que fluía de várias fontes, tornando-se logo uma das maiores cidades da região àquela época.

Társis foi uma cidade cuja localização não é bem determinada. É provável que se situasse numa região do sul da Espanha e que se tratasse de um porto fenício avançado.

O Livro de Jonas é um pequeno livro do Antigo Testamento, onde o profeta narra sua própria história. É um livro simbólico, mas de grande profundidade pelos ensinamentos que traz.

Neste livro, Jonas recebe do Pai a missão de tomar um navio e ir a Nínive converter todo o seu povo que se encontrava perdido, cheio de injustiças e totalmente descrente. Se esquivando da incumbência, Jonas toma um caminho contrário e opta por ir a Társis.

Durante a viagem de navio a Társis, ocorre grande tempestade no mar enquanto o profeta escolhe ir dormir no porão da embarcação. Em meio à fúria das águas, o capitão pede que todos orem a seus deuses e vai ao encontro de Jonas sacudindo-o e se indignando, com sua atitude omissa. Ordena que o profeta se levante e responda a vários questionamentos como: quem é?  qual sua profissão?  qual a sua gente?  Ao que Jonas responde ser judeu (de passagem, peregrino), e estar fugindo da presença do Senhor. Todos entendem que Jonas deve ser lançado ao mar para aplacar a ira divina, assim sendo feito. O mesmo é engolido por um peixe bem grande, ficando em seu ventre por três dias e três noites, quando na solidão, dirige a Deus belíssima oração de fé, esperança e louvor, sendo depois vomitado pelo peixe em terra firme, próximo a Nínive, onde consegue cumprir sua missão.

O nome Jonas vem de Iona, que significa pomba das asas aparadas, e representa toda a humanidade coberta de seres que sabem voar, mas ficam a ciscar no chão.  É o arquétipo do que renasce com uma missão e escolhe errado.  Nem sempre a tarefa do Senhor é um passeio e um deleite em festas e ações que não exigem esforço.  O navio é nossa travessia e só os ratos ficam em seu porão. Jonas era uma consciência adormecida nos porões do navio, até que o capitão (cabeça; consciência) o acorda.

No momento da tomada de consciência perguntamos quem somos nós?  a que viemos?  e entramos em crise existencial. Todos somos peregrinos e estamos de passagem nesta Terra, mas a sacudida da consciência nos lança às consequências da falta de nosso comprometimento e a mergulhar na barriga de um grande peixe, num mar profundo (nosso mergulho dentro de nós mesmos), onde na solidão e na escuridão nos conectamos ao Criador, oramos e pedimos misericórdia.  Neste momento perdemos os mapas de nossas vidas, mas não a bússola, que é a centelha de Deus em todos nós.

A alegoria de Jonas é um convite especial para este momento planetário e, sendo os discípulos mais jovens de Jesus, não devemos fugir de nossas missões e deixarmos lacunas no Universo.

É assim que Jesus, quando procurado por um grupo de fariseus, que lhe pediram um sinal dos céus, para que vissem e acreditassem, enfaticamente responde: “Maligna é esta geração; ela pede um sinal e não lhe será dado outro sinal senão o de Jonas”. E, peremptoriamente, diz: “Nenhum sinal será dado a esta geração maligna e infiel”.

O Mestre assim os responde em face da incompreensão e da dureza dos corações humanos, que simplesmente ignoravam todos os sinais que Ele já houvera dado. Afinal, curara Ele os leprosos, restaurara a visão dos cegos, levantara os paralíticos e anunciara a boa nova.

Quando asseverou que nenhum sinal seria dado àquela geração adúltera senão o sinal de Jonas, Ele queria dizer que, se o povo fosse mais dócil, mais humilde, mais razoável, teria recebido e acatado as suas advertências, assim como fizera o povo de Nínive.

O fato é que os fariseus não aceitavam os sinais de Jonas e tampouco os de Jesus, conforme se depreende no Evangelho de João: “E, ainda que tinha feito tantos sinais diante deles, não criam nele; Para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, que diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?”.

O pedido dos fariseus para que Jesus lhes desse um sinal miraculoso dos céus, desprezando todos os demais que Ele já os havia dado, representa o desejo de permanecermos em nossa zona de conforto, adiando, sempre que possível e com argumentos inconsistentes, o mergulho em nós mesmos para processarmos a reforma íntima necessária e fazer prevalecer as verdades espirituais sobre a matéria.

Jesus, nos leva a melhor compreender a misericórdia divina. O Pai está sempre à espera de nossa tomada de consciência, quando decidimos trocar nossos equívocos por acertos, optando pela porta estreita ao abraçarmos com coragem e persistência nossas missões e arcarmos com as consequências de nossos erros.

Acreditemos, pois, nos sinais e ensinamentos transmitidos por Jesus, o Divino Mestre e Amigo.

O sinal do profeta Jonas, por José Márcio de Almeida. Publicado no n.º 54 (pág. 10) do Jornal Sal da Terra.

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Ano novo: 2016 ou 2022?

Calendário Astronômico

O ano de 2015 chegou ao fim porque aqui no Ocidente o tempo é baseado no calendário solar que é medido pelo tempo gasto pela Terra para completar uma volta ao redor do Sol. Enquanto a maioria das pessoas acredita estar em 2016, historiadores e astrônomos contestam e esclarecem a disparidade existente no calendário e na ordem das datas estabelecidas. Esses detalhes e acontecimentos embora não venham possuir importância no âmbito pessoal, para a história e a ciência são relevantes.

Uma pesquisa histórica nos ensina que a era cristã tem inicio no nascimento de Cristo cuja data verdadeira é desconhecida. A estimativa de datas em que se baseia nosso calendário foi feita durante a Idade Média por um monge chamado Dionisyus Exiguus, O Pequeno, que vivia em Roma no ano 525 e, segundo uma serie de fontes, inclusive a Enciclopédia Católica, de fixar o ano 1 de nossa era em 753 A.U.C. (Ab Urba Condita), depois da fundação de Roma (a história de Roma abrange um período de 1229 anos, de 753 a.C. a 476 d.C.). Acontece que Dionisyus utilizando a data de 25 de dezembro do ano 753 errou nas contas por cerca de 4 anos e além disso não se deu conta de fixar o ano zero; ele apenas chamou o ano de 752 de ano 1 antes de Cristo e o de 753 de ano 1 AD (Ano Domini ou Ano do Senhor). Para alguns estudiosos, acontecimentos ligados ao nascimento de Cristo tiveram lugar em 754.

A era Cristã foi adotada pela Igreja em 532 por sugestão de Dionisyus que decidiu contar os anos a partir de 1º de janeiro em seguida ao nascimento de Cristo. Nessa época a idéia do zero era desconhecida. Em 440 é que a Igreja decidiu que a data do nascimento de Cristo seria 25 de dezembro do calendário romano. Os cronologistas por sua vez, decidiram retardar sete dias o inicio da era Cristã para que coincidisse com o inicio do ano 754 da fundação de Roma. Analisando fatos históricos ligados a Roma e Israel, palco dos acontecimentos, o cálculo de Dionisyus carece de fundamento. Isso porque se Cristo houvesse nascido em 754 da fundação de Roma, Herodes já estaria morto há cinco anos e os apóstolos Mateus e Lucas estariam mentindo. Sendo válido este raciocínio, estamos, pois brindando o ano de 2022 ou 2023 segundo o qual Cristo deve ter nascido cerca de seis ou sete anos que o registrado no calendário ocidental, considerando o erro maior cometido por Dionisyus.

Em seu livro A Infância de Jesus, o papa Bento XVI diz que Maria deu à luz entre 7 e 6 a.C. o que vem corroborar o acima colocado. Nosso calendário é Gregoriano que adveio do Juliano e este por sua vez dos egípcios. Ao longo dos séculos, as modificações introduzidas não teve como corrigir as discrepâncias que ocorriam e a solução foi a introdução de um novo calendário em 24/02/1582 pelo papa Gregório XIII através da bula Intergravissimas . Para isto ele consultou o astrônomo napolitano Luigi Lilius (1510-1576) e depois o jesuíta,matemático e astrônomo alemão Cristophorus Clavius (1537-1612). Para ajustar a diferença existente, foram necessários diminuir 11 dias ao ano 1582. A quinta-feira 04 de outubro passou para a sexta-feira dia 15. Mesmo com as regras estabelecidas no calendário gregoriano que utilizamos a partir de 1582, ele não é perfeito e apresenta um excesso de 0,0003 dias em relação ao ano trópico, ou seja, de 1,132 dias em quatro mil anos. Traduzindo em segundos para melhor compreensão, o ano gregoriano que utilizamos tem 31.556.952 s e a exata translação da Terra ao redor do Sol é de 31.556.925 s. Daí sobrevém o excesso acima colocado. Por isso, não vale a pena encetar uma reforma no calendário para introduzir a fração de segundo, pois a atual diminuição da rotação da Terra já dará conta disso.

Entretanto se essa ínfima diferença pouco significa para a humanidade,  para a datação de fatos históricos, em astronomia, ciência espacial e cálculos relativísticos, tal é inadmissível e para isso é que foram criados os relógios atômicos. São eles que controlam a diminuição da rotação do nosso planeta via marés e no fato da Lua afastar-se de nós 3,5 a 4 centímetros por ano. O efeito acumulativo da diminuição da rotação da Terra cresce proporcionalmente não ao tempo mas ao seu quadrado. Pesquisas indicam que há 900 milhões de anos o dia durava apenas 18 horas e o ano tinha 480 dias. Isso faz com que várias medições diárias são realizadas com resolução de nanosegundo.

O calendário é, pois um conjunto de regras baseadas na astronomia e através dela é que qualquer iniciativa terá que se apoiar.  O calendário deveria ser universal, segundo cálculos astronômicos, pois como está é historicamente arbitrário e matematicamente errôneo.

Ano novo: 2016 ou 2022?, por Nelson Travnik. O autor é espírita e astrônomo e Membro Titular da Sociedade Astronômica da França.

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