Feeds:
Posts
Comentários

Archive for abril \24\-03:00 2021

Ave, Cristo!

Hoje, como outrora, na organização social em decadência, Jesus avança no mundo, restaurando a esperança e a fraternidade, para que o santuário do amor seja reconstituído em seus legítimos fundamentos.

Por mais se desenfreie a tormenta, Cristo pacifica.

Por mais negreje a sombra, Cristo ilumina.

Por mais se desmande a força, Cristo reina.

A obra do Senhor, porém, roga recursos na concretização da paz, pede combustível para a luz e reclama boa vontade na orientação para o bem.

A ideia divina requisita braços humanos.

A bênção do Céu exige recipientes na Terra.

O Espiritismo, que atualmente revive o apostolado redentor do Evangelho, em suas tarefas de reconstrução, clama por almas valorosas no sacrifício de si mesmas para estender-se, vitorioso.

Há chamamentos do Senhor em toda a parte.

Enquanto a perturbação se alastra, envolvente, e enquanto a ignorância e o egoísmo conluiados erguem trincheiras de incompreensão e discórdia entre os homens, quebram-se as fronteiras do Além, para que as vozes inolvidáveis dos vivos da eternidade se expressem, consoladoras e convincentes, proclamando a imortalidade soberana e a necessidade do Divino Escultor em nossos corações, a fim de que possamos atingir a nossa fulgurante destinação na vida imperecível.

Alinhando, pois, as reminiscências deste livro, não -nos pro pomos romancear, fazer literatura de ficção, mas sim trazer aos nossos companheiros do Cristianismo redivivo, na seara espírita, breve página da história sublime dos pioneiros de nossa fé.

Que o exemplo dos filhos do Evangelho, nos tempos pós-apostólicos, nos inspire hoje a simplicidade e o trabalho, a confiança e o amor, com que sabiam abdicar de si próprios, em serviço do Divino Mestre! que saibamos, quanto eles, transformar espinhos em flores e pedras em pães, nas tarefas que o Alto depositou em nossas mãos!…

Hoje, como ontem, Jesus prescinde das nossas guerrilhas de palavras, das nossas tempestades de opinião, do nosso fanatismo sectário e do nosso exibicionismo nas obras de casca sedutora e miolo enfermiço.

O Excelso Benfeitor, acima de tudo, espera de nossa vida o coração, o caráter, a conduta, a atitude, o exemplo e o serviço pessoal incessante, únicos recursos com que poderemos garantir a eficiência de nossa cooperação, em companhia dele, na edificação do Reino de Deus.

Suplicando-lhe, assim, nos ampare o ideal renovador, nos caminhos de árdua ascensão que nos cabe trilhar, repetimos com os nossos veneráveis instrutores dos primeiros séculos da Boa Nova:

— Ave, Cristo! os que aspiram à glória de servir em teu nome te glorificam e saúdam!

Ave, Cristo!, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier (Prefácio do livro “Ave, Cristo!”).

Read Full Post »

Bíblia Espírita

Em nossos estudos temos falado que a Bíblia é o livro mais importante que já foi editado em todos os tempos.

Recentemente fomos arguidos se achamos que a Bíblia é mais importante do que a Codificação Espírita. Ao que respondemos com muita consciência, que não, pelo simples motivo de que, em nosso entendimento, a Codificação Espírita faz parte da Bíblia.

Como assim? Podem perguntar alguns…

Para responder esta questão temos de lançar mão de alguns dados históricos a respeito da formação da Bíblia.

Não pretendemos aqui fazer nenhum estudo aprofundado sobre o assunto, apenas registrar algumas informações para que possamos melhor responder a esta questão.

Bíblia

Os textos da Bíblia surgiram ao longo de vários séculos, em lugares e tempos diferentes, através de diversos autores. O livro de Hebreus, confirma isto (Hb, 1: 1).

Os relatos mais antigos datam entre 1500 e 1200 a.C. através de registros que habitualmente eram orais.

Podemos dizer mesmo que os primeiros escritos surgiram durante o exílio da Babilônia e depois dele pelos judeus remanescentes em Judá, que uniram tradições orais e litúrgicas formando assim os primeiros manuscritos.

Entretanto, mesmo estes textos não mostravam a Bíblia como ela é hoje. Alguns estudiosos afirmam que a configuração do que chamamos de Antigo Testamento só se deu após o ano 70 d.C.

Este livro que chamamos Antigo Testamento, era conhecido como Bíblia Hebraica ou Judaica.

Entre o III e o I século a.C. quando os judeus estavam sobre o domínio dos Ptolomeus, para atender ao desejo e à necessidade dos helenistas a Bíblia Hebraica foi traduzida para o grego originando assim, o que conhecemos hoje como Septuaginta ou Bíblia dos LXX.

É preciso considerar que esta não foi apenas uma tradução, mas a Septuaginta fez várias alterações na Bíblia Hebraica, entre elas a mudança de títulos de vários livros, a ordem dos mesmos, inclusive incluindo livros que originariamente foram escritos em grego e que não estavam na versão hebraica. Além de que alguns rabinos apontavam erro em várias expressões traduzidas. Todavia, as comunidades cristas dos primeiros séculos aceitaram naturalmente a Bíblia grega e fizeram dela sua Escritura, talvez porque os autores do Novo Testamento ao citarem o Antigo Testamento usam-na quase sempre o que demonstra que Jesus e seus apóstolos a usavam para suas reflexões como Escritura confiável.

Assim, mais tarde, quando a tradição cristã agregou à Escritura antiga a sua Escritura, ou seja, o Novo Testamento ao Antigo Testamento, ela usou a Septuaginta e a ela acrescentou os livros canônicos do Novo Testamento criando assim a Bíblia Cristã, formada pelo Antigo e Novo Testamento.

No século XVI, com o movimento reformista que deu origem à reforma protestante, os cristãos reformistas aboliram de sua Bíblia os livros do Antigo Testamento que não faziam parte da Bíblia Hebraica, dando assim origem a outra Bíblia Cristã que seria adotada por todas as escolas protestantes, com sessenta e seis livros, ou seja, sete a menos que a Bíblia Cristã de origem católica.

Concluindo o que dissemos até agora vimos então que temos assim, pelo menos quatro Escrituras oficiais, formando deste modo, quatro Bíblias diferentes, isto é, a Bíblia Hebraica, a Bíblia Grega, A Bíblia Cristã Católica e a Bíblia Cristã Protestante, isto sem falar da Bíblia Samaritana, dos Targuns aramaicos entre outras que são menos conhecidas do público leigo.

Doutrina Espírita

No Século XIX, quando do Advento do Espiritismo, os Espíritos mostraram a Kardec que a Revelação Espírita não era uma revelação que fazia da Doutrina Espírita apenas mais uma religião ou filosofia. E sim que fazia parte de um projeto de Deus de três revelações que estavam interligadas entre si.

Se as Revelações (as três) eram de Deus, elas teriam que ser uniformes e sem contradições, pois Deus é imutável e a verdade não pode estar em coisas que se contradizem.

Santo Agostinho, o bispo de Hipona, disse: “O Novo Testamento está oculto no Antigo e o Antigo está revelado no Novo”. Do mesmo modo podemos afirmar sem nenhuma dúvida que a Doutrina Espírita está oculta no Antigo e no Novo Testamento, e que ambos estão revelados na Doutrina Espírita.

Nossos irmãos católicos e protestantes têm a Bíblia como livro inspirado e de autoria espiritual do Espírito Santo. Na Bíblia Espírito Santo e Espírito de Verdade são expressões sinônimas, e todos os espíritas sabem que a autoria espiritual da Codificação Espírita é o Espírito de Verdade, ou seja, o mesmo autor espiritual da Bíblia.

Podemos assim considerar que a Doutrina Espírita como Terceira Revelação tem como obras básicas cinco livros: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e a Gênese.

A Primeira Revelação, atribuída pelos Espíritos a Moisés, tem também cinco livros básicos: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

Se analisarmos bem esta também é a configuração da Segunda Revelação. São quatro Evangelhos, Mateus, Marcos, Lucas e João, e temos o Apocalipse como a quinta obra básica, pois o Apocalipse também é Evangelho já que ele termina com a “Boa Notícia” da Nova Jerusalém e a Volta de Jesus através do Novo Céu e da Nova Terra como transformação moral da humanidade da Terra.

Portanto, coincidência ou não, e nós particularmente achamos que não é coincidência, a Primeira Revelação inicia-se com “Gênesis” e a última, a Terceira, termina com “A Gênese”. E se analisarmos que o conteúdo moral delas é o mesmo vamos perceber que a identidade de Seu Autor espiritual é a mesma.

Como síntese do que temos dito até então, podemos afirmar que se o judaísmo mais tradicional tem na Bíblia Hebraica sua Escritura, se o Judaísmo Helenista tem na Septuaginta a sua Bíblia, e se há uma Bíblia Cristã Católica, e uma Bíblia Cristã Protestante, por que não pode haver também uma Bíblia Espírita como Escritura confiável da Doutrina Espírita? Nós também somos cristãos e temos o mesmo ideal de redenção através da vivência evangélica. Se a Bíblia tradicional é considerada por nossos irmãos, como Palavra de Deus, o mesmo podemos dizer, assim, de nossa Bíblia, que tem nos livros de Moisés e nas outras complementares do Antigo Testamento o Primeiro Testamento; nos Evangelhos e nas outras obras complementares do Novo Testamento, o Segundo Testamento; e na Codificação Espírita e nas obras complementares de Kardec e de Francisco Cândido Xavier o Terceiro Testamento.

Espero assim ter respondido à questão a nós dirigida conforme narramos no início deste texto.

Bíblia Espírita, por Cláudio Fajardo.

Fonte: http://espiritismoeevangelho.blogspot.com/2021/03/biblia-espirita.html.

Read Full Post »